Articulista
Eduardo Barros Mariutti
É graduado em Ciências Sociais (Bacharelado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997)), Mestre em História Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (2000), Doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (2003) e Livre Docente por esta mesma instituição (2017). Atualmente é professor associado do Instituto de Economia da Unicamp e do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP, PUC-SP). Atua predominantemente na área de História Econômica Geral, Economia Política Internacional e Teoria das Relações Internacionais.
Ordem e desordem internacional: Tendências do capitalismo contemporâneo
As condições excepcionais que marcaram o sistema de Bretton Woods
alimentaram a ilusão de que o capitalismo pode ser facilmente disciplinado. Contudo, a crise dos “anos dourados” engendrou uma ilusão ainda mais perniciosa: a tese de que a dissolução do “compromisso Keynesiano” foi comandada pelas forças cegas e irrepresáveis do mercado livre. A substituição do voluntarismo por uma visão fatalista, recheada de “fins” – fim da utopia, fim da história, fim da geografia... – é um dos atributos mais salientes da era dita neoliberal. O reparo mais evidente a ser feito nesta visão caricatural diz respeito ao papel do Estado na configuração do capitalismo com dominância financeira: a despeito do protagonismo geralmente atribuído às forças do mercado, o papel dos Estados centrais – e particularmente dos EUA - foi fundamental no desenho desta nova ordem. Para ressaltar isto é necessário reconstituir a dinâmica que presidiu a transição do regime de Bretton Woods ao chamado “neoliberalismo”.