Esta dissertação investiga se apreciações e depreciações da moeda exercem efeitos assimétricos sobre a inflação doméstica, com base no caso brasileiro para um período após a implementação do regime de câmbio flutuante e do Regime de Metas de Inflação (2000-2019). No primeiro capítulo, é feita uma revisão de duas teorias da inflação, o Novo Consenso em Macroeconomia e a teoria do conflito distributivo, apontando as principais diferenças sobre as causas da inflação e as políticas de controle inflacionário. No segundo capítulo, são revisados os modelos teóricos ortodoxos e pós Keynesianos de repasse cambial e, em uma seção posterior, é realizada uma revisão dos estudos empíricos sobre repasse cambial para o caso do Brasil ou um conjunto de países emergentes. No terceiro capítulo, analisa-se a evolução da inflação brasileira após a implementação do regime de câmbio flutuante e do Regime de Metas de Inflação, destacando os principais fatores determinantes de processos inflacionários partindo-se de uma visão do conflito distributivo. No quarto capítulo, são descritos e estimados modelos Vetor Autorregressivos (VAR) e Vetor Autorregressivo com mudanças de Markov (MSVAR) para verificar a hipótese de assimetria do repasse cambial, utilizando tanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como o Índice Geral de Preços (IGP) para a variável de inflação nos modelos. O uso dos modelos MSVAR permite a estimação de coeficientes específicos aos regimes de apreciação e depreciação da moeda. Logo, com base nas Funções Impulso Resposta e nas Decomposições da Variância do Erro, avaliam-se os impactos de choques cambiais sobre a variável de inflação nos dois regimes. Os resultados mostraram um coeficiente de repasse cambial significativamente maior no regime de depreciação do que no regime de apreciação, indicando a existência de assimetria do repasse cambial nos modelos MSVAR construídos tanto com a variável IPCA quanto com a variável IGP. Adicionalmente, a análise da decomposição da variância dos modelos revelou um efeito mais forte dos choques cambiais sobre a variabilidade da inflação no regime de depreciação do que no regime de apreciação. Por fim, o coeficiente de repasse cambial calculado para a variável IGP foi significativamente maior do que para a variável IPCA nos modelos VAR e MSVAR
Assimetria do repasse cambial no Brasil: uma abordagem empírica não linear
MUGARTE, Luan Lima. Assimetria do repasse cambial no Brasil: uma abordagem empírica não linear. 2021. 1 recurso online (131 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1641878. Acesso em: 1 abr. 2025.
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