A Estratégia Saúde da Família (ESF) inaugurou um formato bem sucedido de política pública, replicado posteriormente em diversas áreas no Brasil. Considerado o contexto federativo brasileiro, o estudo da difusão da ESF entre os municípios de São Paulo permitiu a estimação do impacto dos fatores predominantes na adoção do programa federal por meio da event history analysis. Como ferramenta adequada aos estudos de difusão, um modelo de Cox discreto foi ajustado. A participação de um indivíduo em consórcio intermunicipal de saúde foi selecionada, para testar a presença de emulação entre os municípios — principal mecanismo de difusão identificado no processo analisado. O efeito positivo dessa variável foi verificado, indicando pertinência desse tipo de relação federativa como difusor de experiências. Os anos de eleição local, bem como o alinhamento partidário entre prefeito e presidente, também se mostraram fatores positivos para a adoção do programa no período (de 1998 a 2018). A população abaixo de cinco anos e a magnitude populacional completam o conjunto de determinantes com impacto positivo verificado sobre o risco de adesão. Afastaram-se efeitos da parcela populacional acima de 75 anos de idade, de mandatos de partido de esquerda e da competição política. Os resultados para esse estado sugerem, quanto à garantia de adoção rápida e duradoura do programa por difusão, papel mais significativo das características políticas dos municípios e função relevante das relações cooperativas regionais