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O Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), do Instituto de Economia da Unicamp, divulgou a nova edição do seu boletim trimestral com dados atualizados do mercado de trabalho brasileiro referentes ao segundo trimestre de 2025. Com base na PNAD Contínua Trimestral do IBGE, a publicação reúne indicadores nacionais e estaduais sobre participação, ocupação, desemprego, informalidade e rendimento, incorporando recortes por faixa etária, gênero e raça.

A taxa de participação na força de trabalho cresceu ligeiramente, atingindo 62,4%, enquanto o número de pessoas fora da força de trabalho recuou para 65,5 milhões. Mesmo com essa retração, parte expressiva da população segue afastada do mercado de trabalho: entre os motivos mais citados para o não engajamento na busca por emprego estão cuidados domésticos e familiares (21,6%), problemas de saúde ou gravidez (20%) e a percepção de falta de vagas nas localidades (19,4%).

O nível de ocupação no país subiu para 58,8%, com destaque para Mato Grosso (67,8%), Santa Catarina (66,1%) e Paraná (63,4%). Já a taxa de desemprego recuou para 5,8%, menor que a observada no trimestre anterior, embora persistam desigualdades regionais. Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%) apresentam os maiores índices. Entre os jovens de até 29 anos, o desemprego segue elevado, atingindo 10,2% — com destaque negativo para as faixas entre 14 e 19 anos.

A taxa de subutilização da força de trabalho também apresentou queda, situando-se em 14,4%. No entanto, em alguns estados como Piauí (30,2%), Bahia (27%) e Sergipe (26%), o indicador permanece em patamar elevado, refletindo a combinação de desemprego, subocupação e desalento. Além disso, 20,6% das pessoas que buscavam trabalho estavam há dois anos ou mais em busca de uma ocupação.

A informalidade seguiu estável em patamar elevado, com taxa nacional de 47%. A metodologia do Cesit considera informais todos os trabalhadores sem carteira assinada ou vínculos formais — o que inclui autônomos e auxiliares familiares. Maranhão (66,3%), Piauí (62%) e Amazonas (61%) seguem liderando esse indicador.

Por fim, o rendimento habitual médio no trimestre foi de R$ 3.476,93, com variações significativas entre os estados e entre homens e mulheres. As diferenças de gênero permanecem expressivas: em todos os estados, os homens apresentaram remunerações médias superiores às das mulheres. No Distrito Federal, por exemplo, a média foi de R$ 6.617,81 para homens e R$ 5.095,21 para mulheres.

Elaborado pelas pesquisadoras Marilane Teixeira, Caroline Lima Oliveira e Clara Saliba, com apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos, o boletim reafirma o compromisso do Cesit com a produção e a divulgação de informações públicas acessíveis e qualificadas sobre o mundo do trabalho no Brasil.

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